terça-feira, setembro 27, 2005


Fake a Lie, by Timur Sezgin
O sexo só nos perde quando vem contaminado dessa substância viciante chamada amor.

in Fazes-me Falta
Inês Pedrosa

sexta-feira, setembro 23, 2005

Sentidos...

- Amo-te... não por ti, mas por mim... por quem sou quando estou contigo. Fazes sobressair o melhor de mim, e os meus defeitos ao teu lado não existem.
- ... também te amo... não por mim, mas por ti...
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17 Setembro 2005
02:49

quarta-feira, setembro 21, 2005

Uma espécie de maninho!

Bem, este blog está quase a fazer um aninho, e para "celebrar" decidi criar outro blog, com fotos minhas sobre lugares, percursos que fiz, e afins, sem comentários, só imagens. É uma espécie de irmão deste blog.
Espero que o visitem, e que gostem =) .
Percursos
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terça-feira, setembro 20, 2005

Porto em fotos XIV


Para quem não sabe onde isto é, situa-se em Lordelo do Ouro, num largo ao lado do River, ou quase em frente ao Maré Alta.
São nomes sempre muito motivadores, conheço este local desde que me lembro.

sábado, setembro 17, 2005

Ausência


É o mesmo café de sempre, a mesma mesa de sempre - no canto.
Olho em volta, vagarosamente, e sento-me. Com uma subtileza vulgar peço um café, e saco de um cigarro. Dou uma passa. Tenho tempo.
A manhã acorda suavemente, ao ritmo do nevoeiro que apareceu sem avisar. E como parece estranha esta cidade - sinto que não a conheço, embora sempre a tenha conhecido. As pessoas passam em frente a vitrine como se de uma passagem de corpos sem alma se tratasse. Tudo parece mecanizado. Altos, baixos, gordos, magros, todos os corpos se unem nesta dança vazia, monótona. Tantos destinos, e uma só cidade.
Dou uma passa.
Desvio o meu olhar para um canto da vitrine, como que conduzida por algo exterior a mim, e sinto... para lá do fumo que sai em linha dos meus lábios, vejo... um vulto, uma sombra que me observa.
O café chega. Mais uma passa.
Volto a concentrar a minha atenção nesse vulto, que agora se aproxima. Uma sensação de inquietude espalha-se pelo meu corpo à medida que o vulto se transforma num corpo alto, algo familiar. Percorro a linha que compõe esse corpo, num olhar de curiosidade e nervosismo.
Mais uma passa.
Olho o café, pousando a colher, e uma mão se sobrepõe à minha. Observo essa mão, que tão familiar se torna... Elevo o olhar, lentamente, a medo... e vejo-te.
Sem uma única palavra sentas-te, e olhas-me, como se fosse a única pessoa presente.
Sinto o meu corpo paralisado... és tu... tu, que em tantas noites me tiraste o sono, e que tantas vezes me fizeste chorar... mas... que fazes tu aqui?...
Esboças um sorriso, como que lendo o meu pensamento. Recolhes a mão, e encostas-te na cadeira, cruzando as pernas num movimento compassado.
Continuo sem me mexer, apática, e sem perceber o que fazes à minha frente. Separas os lábios, como se me fosses responder, mas voltas a juntá-los, baixando os olhos, em sinal de tristeza.
Inspiro, ganhando folgo para te falar, mas no momento exacto em que o decido fazer olhas-me novamente, com uma incrível frustração no olhar, e a minha voz desaparece, antes que a pudesse usar... E tu não te mexes...
Desvio o meu olhar de novo para a vitrine, onde a mesma passagem de corpos sem alma se faz. Permaneço assim breves segundos, a olhar para o nada no meio desses corpos envoltos no nevoeiro.
Lembro-me de ti, e volto a olhar em frente, vendo apenas uma cadeira vazia...
Mais uma passa.
Permaneço assim por momentos, contemplando essa cadeira nua.
Olho o café, frio.
Dou a passa final e apago o que resta do cigarro.
Deixo uma moeda em cima da mesa, e junto-me aos corpos sem alma.
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16 Setembro 2005
04:30

quinta-feira, setembro 15, 2005

Balança de sentimentos
...................Inquebrável situação
..........................................Insustentável desespero
....................................................................Impossível resolução
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10 Setembro 2005
00:24

terça-feira, setembro 13, 2005

Tudo o que te posso dizer

Sentir-me-ás assim agora. Os meus dedos ausentes tocam esta insignificância que é o desespero. A minha boca sussurra sentimento no bafo de um cigarro, que na ponta arde, como arde o meu peito quando me recordo... Pois assim se diz "he who forgets will be destined to remember".
A minha boca volta a sussurrar. Mais um bafo.
Elevo o olhar, contemplando o infinito, talvez... talvez a espera... sabe-se lá do quê...
Não esperes por mim, eu já terei partido. Às vezes a vida é assim... desculpa... é tudo o que te posso dizer.
As minhas mãos tremem... sabes porquê? É com um sussurro que te respondo que, a única certeza que se pode ter é que, nada na vida é certo, nada é garantido, só a experiência te ensina.
Não chores, por favor... um abraço... é tudo o que te posso dar.
Se eu soubesse, teria olhado para ti um segundo mais que fosse, que me permitisse guardar cá dentro essa linha tão perfeita que te define, e esse teu olhar de mil facetas, tão profundo como o mais profundo dos oceanos que compõem este mundo tão estranho... retribuir-te com o meu sincero olhar... é tudo o que te posso mostrar.
Fecho agora os olhos, baixo a cabeça. Mais um bafo no cigarro.
Sinto o meu corpo apático enquanto volto a enquadrar a realidade que me rodeia.
Apago o que resta do cigarro.
Saio.
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10 Setembro 2005
00:18

Fazes-me Falta

Porque vivemos como se o tempo nos pertencesse infinitamente, como se pudessemos repetir tudo de novo, como se pudessemos alguma coisa?

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Tu és o único que não me pode esquecer. Esquecemos alguma vez uma parte do que somos? Esquecemos apenas o que podemos isolar na lembrança - e há muito tempo que tu já nem sequer te lembravas de mim. Se desviar os olhos do presente de ti encontro-te na ressaca da nossa amizade, comentando o meu arrivismo ou o meu mau gosto com algum conhecido de passagem. Ou deixando comentar, o que é o mesmo. Por isso não posso desviar-me do que fomos, a sós, os dois. Para apagar do céu as palavras más que também eu te disse ou deixei dizer sobre ti. Tantas, tão pobres nos seus andrajos de cobardia.
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Há tão poucas pessoas cujo talento possa salvar-nos - e nem sequer sabemos descobri-las e salvá-las. Consolamo-nos na beleza imediata das coincidências, escapa-nos a beleza catastrófica dos acasos.
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in Fazes-me Falta
Inês Pedrosa

segunda-feira, setembro 05, 2005

A vida é o que fazemos dela

Nunca te disseram isto?...
Pois é... a vida é realmente o que fazemos dela.
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Uma guerra tem muitas batalhas,
e desistir da guerra por meia dúzia de derrotas
não nos torna dignos da felicidade.
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A vida É assim.
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04 Setembro 2005
02:38

quinta-feira, setembro 01, 2005

por Bernardo Soares

Como não te adorar se só tu és adorável? Como não te amar se só tu és digna do amor?
Quem sabe se sonhando-te eu não te crio, real noutra realidade; se não serás minha ali, num outro e puro mundo onde sem corpo táctil nos amemos, com outro jeito de abraços e outras atitudes essenciais de posse(s)? Quem sabe mesmo se não existirás já e não te criei nem te vi apenas, com outra visão, interior e pura, num outro e perfeito mundo? Quem sabe se o meu sonhar-te não foi o encontrar-te simplesmente, se o meu amar-te nãp foi o pensar-em-ti, se o meu desprezo pela carne e o meu nojo pelo amor não foram a obscura ânsia com que, ignorando-te, te esperava, a vaga aspiração com que, desconhecendo-te, te queria?
Não sei mesmo já [se] não te amei já, num vago onde cuja saudade este meu tédio perene talvez seja. Talvez sejas uma saudade minha,
corpo de ausência,
presença de Distância, fêmea talvez por outras razões que não as de sê-lo.
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in O Livro Do Desassossego
Fernando Pessoa
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