segunda-feira, janeiro 31, 2005

Força (Uma Página de História)

Tás a sentir
Uma página de história
Um pedaço da tua glória
Que vai passar breve memória
Tamos no pico do verão mas chove
Por todo o lado
Levo uma de cada
Já tou bem aviado
Cuspo directo no caderno
Rimas saídas do inferno
Que passei à tua pala
Num tempo que pareceu eterno
Tou de cara lavada
Tenho a casa arrumada
Lembrança apagada
Duma vida quase lixada

Passeio na praia
Atacado pelos clones
São tantos iguais
Sem contar com os silicones
Olho para o céu
Mas toda a gente foi de férias
Apetece-me gritar
Até rebentar as artérias

(Respiro fundo)
E lembro-me da força
(Guardo dentro do meu corpo)
Espero que ela ouça

Todo o amor deste mundo
Perdido num segundo
Todo o riso transformado
Num olhar apagado
Toda a fúria de viver
Afastada do meu ser
Até que um dia acordei
E vi que estava a perder
Toda a força que cresceu
Na vida que deus me deu
A vontade de gritar bem alto:
O MEU AMOR MORREU
Todo o mundo há-de ouvir
Todo o mundo há-de sentir
Tenho a força de mil homens
Para o que há de vir

Flashback instantâneo
Prazer momentâneo
Penso e digo até
Que bate duro
No meu crânio
Toda a dor
Toda a raiva
Todo o ciúme
Toda a luta
Toda a mágoa e pesar
Toda a lágrima enxuga
Odiando como posso
Não posso encher a cabeça
Não há dinheiro
Nem vontade
Ou amor que o mereça
Não vou pensar de novo,
Vou-me pôr novo
Neste dia novo
Estreio um coração novo
Visto-me de branco
Bem alegre no meu luto
Saio para a rua
Mais contente que um puto
Acredita que custou
Mas finalmente passou
No final do dia
Foi só isto que restou

(Respiro fundo)
E lembro-me da força
(Guardo dentro do meu corpo)
Espero que ela ouça

Todo o amor deste mundo
Perdido num segundo
Todo o riso transformado
Num olhar apagado
Toda a fúria de viver
Afastada do meu ser
Até que um dia acordei
E vi que estava a perder
Toda a força que cresceu
Na vida que deus me deu
A vontade de gritar bem alto:
O MEU AMOR MORREU
Todo o mundo há-de ouvir
Todo o mundo há-de sentir
Tenho a força de mil homens
Para o que há de vir
Vai haver um outro alguém
Que me ame e trate bem
Vai haver um outro alguém
Que me ouça também
Vai haver um outro alguém
Que faça valer a pena
Vai haver um outro alguém
Que me cante este poema

by Da Weasel


sábado, janeiro 29, 2005

Psicologia do MEDO

O medo é o que impede que tudo o que chega às maõs dos homens não se torne em sua propriedade. Basta produzir uma impressão que não se pode explicar, inserindo no medo o desconforto da culpa. É assim que milhões de pessoas podem ser pastoreadas nas ribeiras da paz por muito poucas. E nas trincheiras da guerra por outras tantas, senão as mesmas.

Augustina Bessa-Luís
in Antes do Degelo


sexta-feira, janeiro 28, 2005

L.U.B.


Valentine, by Phillip Surrender

Cinismo

Eu hei-de-lhe falar lugubremente
Do meu amor enorme e massacrado,
Falar-lhe com a luz e a fé dum crente.


Hei-de expor-lhe o meu peito descarnado,
Chamar-lhe minha cruz e meu calvário,
E ser menos que um Judas empalhado.


Hei-de abrir-lhe o meu íntimo sacrário
E desvendar-lhe a vida, o mundo, o gozo,
Como um velho filósofo lendário.


Hei-de mostrar, tão triste e tenebroso,
Os pegos abismais da minha vida,
E hei-de olhá-la dum modo tão nervoso,


Que ela há-de, enfim, sentir-se constrangida,
Cheia de dor, tremente, alucinada,
E há-de chorar, chorar enternecida!


E eu hei-de, então, soltar uma risada.


Cesário Verde

quinta-feira, janeiro 27, 2005

Sonho

Sonho. Não sei quem sou neste momento.
Durmo sentindo-me. Na hora calma
Meu pensamento esquece o pensamento,
Minha alma não tem alma.
.
Se existo é um erro eu o saber. Se acordo
Parece que erro. Sinto que não sei.
Nada quero nem tenho nem recordo.
Não tenho ser nem lei.
.
Lapso da consciência entre ilusões,
Fantasmas me limitam e me contêm.
Dorme insciente de alheios corações,
Coração de ninguém.

Fernando Pessoa
6-1-1923

terça-feira, janeiro 25, 2005

Aquário

Como eu sou grande fã deste signo, e uma vez que estamos sobre o seu domínio, (começa a 20 de janeiro e vai até 18 de Fevereiro), estão aqui algumas das características de tão fabuloso e transcendente signo (que por acaso é o meu!).
A máxima para os aquarianos é «eu idealizo», e primam pela imaginação e originalidade.
Planeta: Urano
Elemento: Ar
Anjo: Uriel
Animal: Coruja, Macaco
Flôr: Margarida, Orquídia
Pedra: Soladita, Turmalina azul
Côr: Azul, Lilás
Número: 4, 5
Dia: Quarta-feira, Sábado
Signo: Gémeos, Carneiro, Balança, Sagitário, Leão
Signo a evitar: Capricórnio
Aquário é o signo natural da Casa 11, é um signo de Ar, fixo e masculino, o seu planeta regente é Urano.
Esta casa, é a da amizade e do companheirismo, dos relacionamentos sociais, das esperanças e dos desejos colectivos.
As características principais dos nativos de Aquário são a originalidade, a excentricidade e uma grande independência de espírito.
A sua segurança não depende do seu meio ambiente, mas da companhia de outras pessoas, nunca estão sozinhos, querem ser amigos e agradar a toda a gente, mas não são íntimos de ninguém em particular, os seus sentimentos são bastante impessoais.
São imprevisíveis, sempre em busca de novas ideias e experiências, têm um espírito muito inventivo e fantasista, por vezes, bastante utópico, mas vêem muito além e muito mais rapidamente que a maioria das outras pessoas. São anticonformistas e revolucionários por natureza e adaptam-se mal às convenções sociais.
No amor, os Aquarianos têm muito medo de se prender e perder a liberdade que tanto prezam.
Confundem amor com amizade e relacionam-se sempre a um nível intelectual, preferem uma relação livre a um casamento convencional.
E posto isto...
SOMOS OS MELHORES CARÁGO!

sábado, janeiro 22, 2005

Doença do Bem


Shadow Cut (Part II), by Suzi9mm

Tentei esconder a minha raiva
de mim, por ti
não sei por quem o fiz
Avançou meus braços
como a cura para o bem
e eu não quis deixar.
Em ti pensei ouvir a minha voz
meu ar, tão só
tentando ser feliz
Diz quais os teus planos
quem vais tu matar no fim
quando eu acordar.
Depois de ver o que acabou
de que vai valer a minha voz?
Será que o bem nos faz sofrer
por nunca o vermos existir em nós?
E é tão bom sentir de novo o teu calor
é tão maior que o mais profundo amor
E é isso que me assusta
ver-te assim denunciar
quem eu não quis ser.
E a mesma luz que nos guiou
que nos trouxe aqui
devolve-nos ao escuro
antes de o meu corpo arder
sem promessas de um futuro
Só eu e os meus planos
sem nenhum sinal de ti
para me salvar.
Depois de ver o que acabou
de que vai valer a minha voz?
Será que o bem nos faz sofrer
por nunca o vermos existir em nós?
O que vai valer
porquê esconder a minha raiva?
O que vai valer
isso é fugir da minha sombra.
Depois de ver o que acabou
de que vai valer a minha voz?
Será que o bem existe em nós?
by Clã

sexta-feira, janeiro 21, 2005

...

One day I woke up and realized...
all my life I had been dreaming.
And it was only a bad dream
. . .
Filipa
20 Janeiro 2005

quarta-feira, janeiro 19, 2005

Uma tela

Ligo a luz.
Pego numa tela, pinceis, tinta... e começo a esboçar.
A tela ganha vida, cores, animação, alegria.
É de dia.
Sinto a ponta dos meus dedos conduzir o pincel de uma maneira autónoma.
O sentimento de conforto invade este corpo desatento.
De uma forma subtil, vagarosa, o pincel pára, e o braço repousa na mesa fria.
As tintas como que ganham vida, e escorrem pela tela, que parece transformar-se...
A tinta cai, como uma marca de sofrimento elevado, e que não resistiu mais.
As cores misturam-se, fundem-se, resfriam.
É de noite agora.
A paisagem está em tons de negro.
O sentimento de solidão substitui agora o sentimento de conforto, e o medo paira no ar.
É sufocante, dormente... assustador.
A tela que era uma paisagem viva, e cheia de cor, deu lugar a um abstracto demasiado negro e vazio para ser perceptível.
Desligo a luz.
Saio de cena.

Filipa
11/12 Janeiro 2005
00:07

domingo, janeiro 16, 2005

Teias


Solitaire, by Timur Sezgin (Bittertaste)

Implacável indiferença que me arranha neste corpo que sinto desmaterializar-se, e que num suspiro final se desaprova a si próprio, enrolado numa teia de confusão que a minha mente ainda não decifrou.

Filipa
16 Janeiro 2005
15:54

quinta-feira, janeiro 13, 2005

Verdade?

A vontade de verdade que nos há-de arrastar ainda para muitas aventuras, essa célebre veracidade de que todos os filósofos falaram até agora com veneração: quantos problemas nos tem levantado essa vontade de verdade! Quantos problemas insólitos, graves, duvidosos! É já toda uma longa história, - e no entanto, não parece que ainda agora começou? Que espanto poderá causar o facto de acabarmos por nos tornar desconfiados, de perder-mos a paciência, de nos agitarmos impacientes? O facto de com essa esfinge nós por nosso lado termos aprendido a fazer perguntas? Quem afinal bem aqui interrogar-nos? Que parte de nós mesmos tende «para a verdade»? - Realmente detivemo-nos por muito tempo perante a questão da causa dessa vontade -, até que acabámos por ficar em suspenso perante uma questão ainda mais fundamental. Foi quando perguntámos pelo valor dessa vontade. Admitindo que queremos verdade: porque não havíamos de preferir a não-verdade? E a incerteza? E mesmo a ignorância? - Terá sido o problema da verdade que se nos apresentou, - ou pelo contrário, fomos nós quem se lhes apresentou? Quem de nós é aqui a Édipo? Quem é a Esfinge? Trata-se, ao que parece, de um autêntico encontro de perguntas e pontos de interrogação. - E quem diria que afinal nos parece que o problema até agora nunca se pôs, - que fomos quem primeiro dele se apercebeu, quem o encarou, quem arriscou atacá-lo? Porque há um risco a correr e também nenhum seja maior.

in Para Além de Bem e Mal
Nietzsche

Wound, by Natalie Shaw

quarta-feira, janeiro 12, 2005

Ninguém!

Eu não sou ninguém!...
Não sou!...
Porquê aumentar as expectativas??...
Quanto maior é a subida, maior é a queda!...
Mas eu não estou lá em cima... estou cá em baixo!...
Eu não sou ninguém...
Não sou perfeita, sou uma comum mortal que um dia veio ao mundo e decidiu cá ficar...
Desejo...
Tentação...
Cedo tanto...
Quero gritar... "NÃO SOU PERFEITA!!!"... ninguém me ouve...
Estou sozinha... olho em volta, é de noite...
Lá fora a rua passa depressa... e tanta gente à minha volta...
Oiço um motor a trabalhar... não conheço ninguém... e ninguém me conhece...
Eu não sou ninguém...
Sentada no bus, encaminho-me para casa... o meu mundo está perto... o meu canto...
Eu não sou ninguém... mas o meu mundo é tudo para mim... porque é só meu... só meu...
Mas eu não sou ninguém...

Filipa
17 Fevereiro 2003
19:23

segunda-feira, janeiro 10, 2005

Disturbed

Everytime I close my eyes, I fall into a deep and cold night...
And my future is so unlikely unkind,
my past so fucking troubled,
that I just prefer to stay in the present,
with no future to live,
and no past to cry on.

Filipa
23 Dezembro 2004
04:00

sábado, janeiro 08, 2005

The Eye


Shadowman

Any time tomorrow I will lie and say I'm fine
I'll say yes when I mean no
And any time tomorrow
The sun will cease to shine
There's a shadowman who told me so

Any time tomorrow the rain will play a part
Of a play I used to know
Like no other
Used to know it all by heart
But a shadowman inside has let it go

Oh no, let go of my hand
Oh no, not now I'm down, my friend
You came to me anew
Or was it me who came to you
Shadowman

Any time tomorrow a part of me will die
And new one will be born
Any time tomorrow I'll get sick of asking why
Sick of all the darkness I have worn

Any time tomorrow
I will try to do what's right
Making sense of all I can
Any time tomorrow
I'll pretende to see the light
I just might
Shadowman

Oh there's the sun again
Isn't it appealing to recline
Get blinded and to go into the light again
Doesn't it make you sad
To see so much love denied
See nothing but a shadowman inside

Oh no, let go of my hand
Oh no, not now I'm down, my friend
You came to me anew
Or was it me who came to you
Shadowman

Oh, if you're coming down to rescue me
Now would be perfect
Please, if you're coming down to rescue me
Now would be perfect

by K's Choice

quinta-feira, janeiro 06, 2005

Porto em fotos VI


[21.03.03] Rua das Flores

Esta rua encontra-se paralelamente à Rua Mouzinho Silveira, e começa mesmo à beira da estação de S. Bento.
Foi das ruas mais importantes do Porto, onde moraram as famílias mais ricas, como os Maias, ou os Constantinos. Era uma via principal no antigo traçado da cidade.
Na foto pode-se ver que a imagem foi tirada de uma varanda, a que se segue outra, e o edifício a seguir à segunda varanda é a Igreja da Misericórdia. O edifício a seguir à igreja, foi a casa onde habitaram os Maias. A primeira casa do lado direito foi também de uma família rica e muito conhecida (que agora não me recordo).
Hoje, a rua é uma secundária no traçado, e a principal é a Rua Mouzinho Silveira. A Rua das Flores termina num largo, o Largo S. Domingos, que tem uma das mais antigas papelarias, a Araújo, e a Escola Superior Artística do Porto.
Passando o largo, podemos ir dar ao Palácio das Artes, a seguir o Mercado Ferreira Borges, Palácio da Bolsa, e ao pé do rio a Igreja de S. Francisco.
É a cidade do Porto.

quarta-feira, janeiro 05, 2005

Somos...

quem queremos SER.