segunda-feira, outubro 25, 2004

Agonia

Sinto-me como se algo estivesse a ser puxado dentro de mim, a
desmaterializar-se, a explodir.
Que sensação horrivel esta que vai dentro de mim...
A madrugada nasce, o silêncio levanta-se, a lua mostra-se, embora escondida, com vergonha, por entre as nuvens, e o meu ser grita, ecoa no vazio que o silêncio provoca.
Sinto as minhas mãos tremerem. O meu coração como que disparou, e parece estar numa corrida que sabe não ganhar.
Sinto-me impaciente. Nada do que vejo me faz sentir bem, nada me acalma, nada me devota para o mundo que tento alcançar, sem sucesso.
Suspiro...
O ar parece pesado, lento, mas tão confuso!... tão incompreensível!
Quero renascer! Quero...
Sonhei contigo. Acreditas?... Já não sei quantas vezes te disse adeus, nem quantas vezes me senti à espera. À espera que o tempo mude. À espera que a noite dê lugar ao dia. À espera.
Tenho medo de fechar os olhos e desfalecer-me nesse escuro artificial, nesse poço sem fundo, na atmosfera sem gravidade que me faz flutuar eternamente no vazio.
Tanta contrariedade. Tanta luta, e imensa confusão.
Estar ou não estar. Querer ou não querer. Ter... ou não ter... eis a questão... ?

Filipa
00:22 (mesmo dia)