terça-feira, abril 06, 2010

Assim somos nós

- De agora em diante serei eu a descrever as cidades - disse o Kan. - Tu nas tuas viagens verificarás se existem.
Mas as cidades visitadas por Marco Polo eram sempre diferentes das pensadas pelo imperador.
- Contudo eu tinha construído na minha mente um modelo de cidade de que deveria deduzir-se todos os modelos de cidades possíveis - disse Kublai. - Contém tudo o que corresponde à norma. Como as cidades que existem se afastam em grau diverso da norma, basta-me prever as excepções à norma e calcular as combinações mais prováveis.
- Também pensei num modelo de cidade de que deduzo todas as outras - respondeu Marco. - É uma cidade feita só de excepções, impedimentos, contradições, incongruências, contrassensos. Se uma cidade assim é o que há de mais improvável, diminuindo o número dos elementos anormais aumentam as probabilidades de existir realmente a cidade. Portanto basta que eu subtraia excepções ao meu modelo, e proceda com que ordem proceder chegarei a encontrar-me perante uma das cidades que existem, embora sempre como excepção. Mas não posso fazer avançar a minha operação para além de um certo limite: obteria cidades demasiado verosímeis para serem verdadeiras.
in As Cidades Invisíveis

sexta-feira, novembro 28, 2008

Casualidade vs Causalidade

Às vezes colocamo-nos numa questão que poderá ou não ser crucial, consoante a causalidade: quem é mais importante? Eu? Ou o(s) outro(s)?
A resposta poderá não ser tão lógica quanto a mentalidade obriga ou esclarece.
Vivemos num mundo de interesses. A possibilidade de encontrarmos alguém que viva com o que sente é muito, mas muito difícil. Vivemos em função da nossa satisfação pessoal e ocasional. É uma realidade, não é um facto. Daí a importância do EU. Eu posso, quero e faço.
A individualidade da coisa sugere outro dado importante: a falta de sentimento ou, mais preocupante ainda, a ausência do acto de pensar.
É-nos desde muito cedo incutida a ideia de lutarmos pela excelência e perfeição do ser, e com o tempo esquecemo-nos que a perfeição não existe. Vivemos assim em busca de algo que nunca iremos encontrar. E eu pergunto: onde está a beleza do defeito? Da fraqueza? Se todos temos defeitos, e às vezes nos sentimos fracos, é assim tão importante colocar a nossa fantástica máscara da perfeição?
Já somos individuais, porquê a necessidade de sermos individualistas?
Porquê casualidade? Porque não causalidade?
Desenferrugem a merda do pensamento e pensem nisto.

quarta-feira, novembro 26, 2008

O Regresso

Apenas com uma frase interessante...

Marco Polo descreve uma ponte, pedra a pedra.- Mas qual é a pedra que sustém a ponte? - perguntou Kublai Kan- A ponte não é sustida por esta ou por aquela pedra - responde Marco, - mas sim pela linha do arco que elas formam.Kublai Kan permanece silencioso, reflectindo. Depois acrescenta: - Porque me falas das pedras? É só o arco que me importa.Polo responde: - Sem pedras não há arco.

As Cidades Invisíveis
Ítalo Calvino

terça-feira, novembro 21, 2006

Nova morada... para já

Bem, tenho tido outra morada nestes últimos tempos, e talvez advenha daí a falta de comparência neste meu cantinho, que tão especial é para mim... E como ainda não me decidi se continuo a cá vir ou não, para já continuo pelo meu outro cantinho: Love & Tears

terça-feira, setembro 05, 2006

Hollywood

terça-feira, julho 18, 2006

Madonna

Poor is the man whose pleasures depend on the permission of another

domingo, julho 02, 2006

Conhece-te a ti próprio - eis o que é difícil. Ainda posso conhecer os outros, mas a mim mesmo não consigo conhecer-me. Um fio - instintos e um fantasma... Dos outros faço ideia mais ou menos aproximada, de mim não faço ideia nenhuma. Há uma disparidade entre mim e mim. Há em mim o homem correcto, o homem igual a todos os homens - e o homem que lá dentro sonha, grita e é capaz, por insignificâncias, de imaginar um terramoto ou de desejar uma catástrofe. O que eu me tenho desfeito dos meus inimigos - o que é razoável - mas dos meus amigos que me fazem sombra!... O meu verdadeiro ser não é aquele que compus, recalcando lá para o fundo os instintos e as paixões; o meu verdadeiro ser é uma árvore desgrenhada - é o fantasma que nos momentos de exaltação me leva a rasto para actos que reprovo. Só a custo o contenho. Parece que está morto, e está mais vivo que o histrião que represento. Asseguro este simulcaro até à cova com os hábitos de compressão que adquiri. Não sei se a maior parte dos homens é assim - eu sou assim: sou um fantasma desesperado.
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Raúl Brandão, in O Pobre de Pedir

quarta-feira, junho 28, 2006

Empty

If you could just....
that would be nice...
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Merda!

segunda-feira, junho 26, 2006

I'm feeling so fucking twisted...

sexta-feira, junho 16, 2006

And so it is...
just like you said it would be...

terça-feira, junho 06, 2006

Projectos

Pedras no caminho?
Guardo todas.
Um dia vou construir um castelo.
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Fernando Pessoa

segunda-feira, maio 29, 2006

Express Yourself

Express yourself, don't repress yourself

Ruby nights,
Drinks on ice,
Smoke filled rooms of paradise.
You and I, on a paxioned spring,
and love's our only memorie.
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I'd like to hear for a moment for a day...
Dreams...
It's human nature.
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There's no time we've got to get it together,
what we have and what we need.
There's no way we can wait forever,
paradise is you and me.
I'd scream full me...
I'd scream save me...
.
Did I say too long?
Oops, I didn't know I couldn't talk about SEX!
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Madonna - Human Nature
DJ Tekin ft Beth Trollan - Wait Forever
Almagamation Of Soundz - Enchant Me

quinta-feira, maio 18, 2006

O vício de escrever

Escrever é também não falar. É calar-se. É gritar sem ruído .

Marguerite Duras

segunda-feira, maio 08, 2006

Queima 2006 - AHHHHHHHHH é já a seguir!!!!!

sexta-feira, maio 05, 2006

lucky lucky... you're so lucky